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  3. MATEUS 24:1
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  5. MATEUS 24:2
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    📜 Textos - Mateus 24:3
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  8. Mateus 24:3 | Textos complementares
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  13. MATEUS 24:5
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Mt 24:2 | Honório Abreu | Templos derribados

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Templos derribados

“Jesus, porém, lhes disse: ‘Não vedes tudo isto? Em verdade, eu vos digo que não ficará pedra sobre pedra que não seja derribada.”

(Mateus 24:2)

 

1 Anotamos nas reflexões anteriores que os discípulos, olvidando a lição da oferta da viúva, com a qual Jesus ressaltara qual deve ser a natureza de nossa adoração ao Pai, chamavam a atenção do Mestre para a grandiosidade do Templo. Talvez esperássemos que ele repreendesse os discípulos, relapsos e distraídos diante de lições tão profundas. No entanto, Jesus diz: “Não vedes tudo isto?”

2 Chama-os novamente à visualização, aproveitando-se da ação iniciada, porém, oferecendo novos ângulos de análise, convenientes à necessidade de apuração íntima.

3 Relembramos mais um exemplo dessa didática suscitando a passagem evangélica em que o Senhor chama Simão Pedro – que era pescador por profissão – para ser “pescador de homens”1. O apóstolo era convidado à continuidade de sua atividade, com a qual estava inteiramente afinizado, mudando apenas a perspectiva eminentemente transitória da manutenção da vida física para aquela compatível com a realização espiritual imperecível.

4 Depreende-se, portanto, que Jesus utiliza-se dos recursos que o discípulo traz em si, não havendo por parte do Mestre qualquer desvalorização das marcas que caracterizam o caminhar do neófito da Lei, mas tão somente uma adequação desses recursos nos caminhos da compreensão de suas responsabilidades na obra de Deus, por meio de uma didática evangélica condizente com as necessidades de elevação que lhe são apresentadas.

5 O verbo, no versículo, está precedido de um advérbio de negação em uma pergunta, provocando a reanálise da ação por parte dos discípulos. Com a expressão adverbial “tudo isto”, Jesus aproveita o material de admiração à estrutura material que era expresso, e relembra o alcance da ação divina em todos os escaninhos da atuação humana: aqui “não ficará pedra sobre pedra que não seja derribada”.

6 As estruturas ricas e sólidas do Templo também se curvariam aos ditames da Providência Divina, em que se concentra o verdadeiro Poder Ordenador de todas as coisas. A Lei de Destruição consumiria o Templo, como consome a todos os arranjos materiais do universo, após estes cumprirem seu papel educativo junto aos filhos de Deus.

7 Mas, mesmo sabendo da destruição do Templo no ano 70, avancemos para além da visão meramente escatológica do versículo para adentrarmos os terrenos das análises morais. Deus envia as revelações aos filhos, em tempo oportuno, de forma que os objetivos de instrução intelecto-moral sejam alcançados, conforme os planejamentos superiores da evolução dos mundos.

8 Contudo, se admitimos que a revelação que parte da Divindade é sempre absoluta, a capacidade de absorção desta pelos Espíritos é relativa e sujeita ao grau de adiantamento da coletividade que a recebe, e esse processo vai se consolidando através das eras. As verdades, inicialmente, são absorvidas em fragmentos que se estruturam e reestruturam-se nas mentalidades que as acolhem. Conforme adquirimos experiência intelecto-moral, vamos descortinando o todo e libertando-nos da relatividade conceitual que nos prende aos degraus primários da gradação evolutiva.

9 É assim que as revelações, ao entrarem em contato com as mentalidades às quais se destinam, aparentam ganhar uma roupagem circunstancial, adaptada aos conceitos e preconceitos sociais. Essa roupagem complicada de mitologias, simbologias, rituais, dogmas, mistificações e regras exteriores de adoração formou uma espécie de arquétipo rígido, dentro do qual ainda nos movimentamos nos dias atuais, de algum modo, mesmo que sob os disfarces da lógica e da racionalidade.

10 De qualquer forma, o alimento substancioso e imortal é distribuído por Deus conforme a necessidade de nutrição dos filhos, sempre lhes respeitando a capacidade de absorção, conforme os limites impostos pelas experiências na materialidade.

11 A ideia de Deus, por exemplo, vem sofrendo alterações significativas ao longo dos milênios. Embora o conceito de deidade seja inerente ao Ser, por causa do sentimento instintivo que carrega na consciência2, as reformulações impostas pelo progresso foram da ideia de um Deus subdividido em várias potências – sejam os fenômenos da natureza, os instrumentos belicosos ou mesmo animais – até à do Criador não antropomorfo, conforme a questão número 1 de “O Livro dos Espíritos”.

12 Essa visão inovadora e ousada, quando convenientemente refletida, modificará drasticamente a maneira de amar a Deus, abolindo da relação do homem com o Pai os contornos materiais construídos na infância espiritual, conforme a profética citação em Oséias 6:6 e reafirmada por Jesus em seu Evangelho.

13 Se tudo que é material ruirá, cedendo de si mesmo para a construção de novas estruturas, podemos considerar que assim se dará com nossas próprias aquisições temporárias, inclusive no que se refere ao desenvolvimento de nossos trabalhos na Doutrina Espírita. O alimento substancioso da terceira revelação, naturalmente, encontra-se temporariamente diluído nas interpretações e nas manifestações de comodismo de seus próprios adeptos, que estão esquecidos de seus deveres progressistas na construção da Nova Era.

14 Conforme a profecia de Isaías3, relembrada por Jesus no Evangelho de Mateus 15:8, encontramo-nos em tempos de inércia moral, em que quase não se é possível mensurar as consequências morais da vera compreensão do Espiritismo na vida de seus propagadores, que muitas vezes o enobrecem em belos panegíricos4 verbais, mas o depreciam nas manifestações diárias.

15 Do adepto da Doutrina dos Espíritos é exigida a galhardia da fé, em moldes semelhantes àquela confessa por Paulo na sua Epístola aos Filipenses, capítulo 1, a partir do versículo 12. É necessário retornar à bravura que caracterizou os primeiros cristãos e lutar honrosamente por implantar no íntimo a Verdade Revelada, para que esta se revele também ao resto do mundo. É certo que seguiremos como vasos de barro que carregam tesouros, para que se sobressaia a excelência dos tesouros e o Poder de Deus, e não os vasos que invariavelmente ruirão. Para tanto, boa coisa é nos darmos ao trabalho de refletir, ao longo de nosso caminho:

16 – A fraternidade tem sido o escudo de minha segurança com Jesus em todas as oportunidades oferecidas no convívio com o meu próximo?

17 – Que atos de verdadeira fé cristã tenho demonstrado nas circunstâncias que exigem de mim os valores que venho aprendendo com o Espiritismo?

18 – Como venho procedendo perante o trabalho que Jesus me confiou? Venho me conduzindo conforme as exigências da comodidade e da satisfação temporária ou me conduzo com sincero desinteresse e amor ao ideal?

19 Se dúvidas pertinazes nos atordoam, filhas que são de nossa sistemática fuga dos compromissos assumidos, recorramos às anotações de Paulo de Tarso no capítulo 13 da 1ª Epístola aos Coríntios.

20 Meçamos o que denominamos “amor ao ideal” conforme os padrões da missiva e atentemos quais adequações necessitamos fazer, de modo que, nestas estruturas precárias em que nos abrigamos até então, a mão divina não deixe “pedra sobre pedra que não seja derribada”, revelando o templo incorruptível dos valores eternos, onde adoraremos o Pai em Espírito e Verdade.

Honório Abreu

Médium: Janaína Farias
Equipe mediúnica: portalser.org


1 Mt 4:19.

2 O Livro dos Espíritos, questão 5.

3 Is 29:13.

4 Discurso público em louvor a alguém ou a um ser abstrato.

 

BIBLIOGRAFIA

BÍBLIA de Jerusalém. Coordenada por Gilberto da Silva G.; Ivo Storniolo e Ana Flora Anderson. 3 ed. São Paulo: Paulus, 2000.

DIAS, Haroldo Dutra (Trad). O Novo Testamento. Evangelho de João. 1 ed. 2 imp. Brasília: FEB, 2013.

KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Trad. Luís Olímpio Guillon Ribeiro. 93 ed. 1 imp. Edição Histórica. Brasília: FEB, 2013, questões, 1 e 5.


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